segunda-feira, maio 28, 2007

Muito tempo depois...

Bem, o frio chegou... o trabalho aumentou... e o meu tempo diminuiu! Com isso, o cantinho aqui ficou abandonado. Tirando as teias de aranha e o pó dos moveis, volto a postar.

Eu sempre penso o que vou postar aqui e acabo não postando! Então, São Jorge ficou em branco, dias das Mães ficou só no pensamento, aniversário do Carlinhos ficou só nas fotos...
A verdade é que, quando a PVC aparece, é quando eu tenho tempo de postar. Logo, vocês podem imaginar que Josefina esta atacadissima e eu pra variar, estou de cama. Dessa vez, nem coquetel de lexotan e miosan resolveu a situação. Pelo menos, Josefina se mostra uma ótima forma de prever o tempo: Com 4 dias de antecedência, eu soube que ia esfriar!

Mas vamos falar de coisas boas...
Se ano passado, o inverno precose me pegou despreparada. Esse ano, estou mais do que preparada! Comprei um casaco mega-grosso, parece um edredon, uma delicia. E junto com ele, vários tipos de casaquinhos e blusas de lã enfeitam o meu armário. Acho que nunca tive tantos agasalhos.

Como todos sabem, sou carioca da gema, e no Rio frio não é algo muito comum. Lembro, que quando criança, costumava sentir muito frio no inverno. Algumas vezes, tinha que dormir com duas cobertas de lã, e fazia até 6°C durante a noite!!! Isso tudo acontecia em Junho, porque julho já estava quente novamente, como vejo nas fotos dos meus aniversários, onde todos estavam com roupas de verão.

Mas voltando ao mês de junho, ou seja, ao inverno carioca. Esse era um mês especial, onde todo mundo tirava suas roupas de frio do armário, e lotavam as ruas durante as festas juninas. Eu cresci numa pequena província do Rio, uma Ilha, quase sem vida noturna, sem shoppings. A Ilha do Governador tinha algumas coisas legais, nosso shopping era o Aeroporto Internacional, boate era a quadra de futebol de salão do clube, e o point da galera eram os quiosques da Praia da Bica todos domingos a noite. Diante dessa diversidade de lazer, um mês inteiro de festas, cada final de semana numa rua diferente, era uma maravilha, um período muito esperado.

Por conta disso, muitas disputas entre as ruas aconteciam. Quem tinha a melhor festa, quem tinha a melhor quadrilha, quem atraia mais público, tinha até uma lenda urbana, que no dia da festa da ACM, a Ilha afundava mais na altura do clube, porque todos os moradores do bairro estavam lá.

Nosso condomínio, tinha o prazer de sediar duas festas. Uma organizada pelo Zé Minhoca, nos prédios amarelos (Festa do Zé Minhoca) e outra organizada pelos nossos rivais, dos prédios azuis (A Panelinha). Eram as minhas preferidas, porque era perto de casa e eu podia voltar mais tarde para casa. Mas também existiam outras, mais famosas, como a Festa da ACM, do Lemos Cunha (Colégio), do Operon, do Cacuia, da Portuguesa. Nessas festas rolava muita paquera, muito caipifruta, cachorro-quente, milho cozido e muita dança. A noite rolava ao som de Dominguinhos, Alceu Valença, Luís Gonzaga e outras musicas instrumentais, que me lembro até hoje. Cada festa, tinha competição de quadrilha. Em maio, começam os treinos, para em Junho estar impecável a apresentação. Não lembro de ter tirado o primeiro lugar, mas segundo tiramos várias vezes... tudo culpa da maldita Panelinha, que sempre ficava com o primeiro lugar, até surgirem as quadrilhas profissionais.

Nessa época, a Xuxa fazia um sucesso absurdo e por isso ditava a moda inverno. Tenho até vergonha de lembrar as roupas que eu usava nessa época. Período medonho, constrangedor... botas com franjas, calça de veludo presa por cintos largos e cheio de tachinhas e pullovers estampados para completar o visual, sem contar os broches de pele de coelho. Ainda figuravam na febre hedionda, calças de lycra, meias polainas, camisas de malha bem largas, que eram presas pelo mesmo cinto largo de tachinhas e saias compridas, justinhas com rabo de peixe. Com toda essa mania de reviver a moda, tenho medo que a moda dos anos 80 voltem algum dia.

Hoje em dia, o inverno no Rio, dura menos de um mês. Não sei se por conta do aquecimento global, ou porque eu já não saia mais a noite e por isso não estava exposta na pior parte do dia. Por outro lado, se no Rio, o inverno é pequeno, aqui no sul o inverno é enorme começa em maio e só termina em setembro. Nessas horas, sinto uma saudade de ficar suada, com pouca roupa e com sol nos olhos... as coisas boas do frio, é comer bem, curtir uma noite agarradinha com o marido e ver os gaúchos de bom humor e vestidos de forma engraçada.

Bem, fico por aqui, porque ta muito frio e a Josefina esta latejando.
Beijos nas crianças...